Fazer um orçamento familiar é uma prática essencial para garantir uma vida financeira saudável, alcançar objetivos e evitar o acúmulo de dívidas. No entanto, muitas famílias enfrentam dificuldades em manter suas finanças sob controle por causa de erros que poderiam ser evitados.
Elaborar e seguir um bom orçamento requer disciplina e atenção, mas é fácil cair em armadilhas comuns que podem comprometer o planejamento. A seguir, exploramos cinco erros frequentes ao criar um orçamento familiar e como você pode evitá-los para assegurar uma gestão eficiente do seu dinheiro.
Não registrar todas as despesas
Um dos erros mais prejudiciais ao orçamento familiar é não registrar todas as despesas, principalmente as pequenas. Muitas pessoas acreditam que apenas os grandes compromissos financeiros, como aluguel, prestações ou contas de energia, são importantes. No entanto, as pequenas despesas do dia a dia, como aquele café na padaria, o lanche rápido ou o chocolate que você compra sem pensar, podem se acumular rapidamente e acabar pesando no orçamento.
Esses pequenos gastos, frequentemente chamados de “gastos formiga”, tendem a ser ignorados porque parecem insignificantes. Contudo, ao final do mês, podem representar uma parte significativa do dinheiro que você nem se dá conta de que gastou. Por exemplo, gastar R$ 10 por dia com lanches pode parecer pouco, mas ao final de um mês somará cerca de R$ 300, o que é um valor considerável no orçamento de muitas famílias.
Para evitar esse erro, é essencial anotar todas as despesas, desde as grandes até as menores. Existem diversas ferramentas que podem ajudar nesse processo, como aplicativos de controle financeiro ou até mesmo o bom e velho caderno de anotações. O importante é ter um registro completo para que você tenha clareza de onde seu dinheiro está indo e possa identificar possíveis áreas de ajuste.
Subestimar ou superestimar receitas e despesas
Outro erro muito comum no orçamento familiar é a prática de subestimar ou superestimar tanto as receitas quanto as despesas. Isso pode acontecer por falta de atenção aos detalhes ou pela crença de que algumas despesas ou fontes de receita são mais fixas do que realmente são. Subestimar suas despesas pode resultar em um saldo insuficiente ao final do mês, enquanto superestimar as receitas pode dar uma falsa sensação de segurança financeira.
Por exemplo, ao planejar o orçamento, muitas pessoas focam nas despesas fixas, como aluguel, contas de água e luz, esquecendo-se de considerar despesas variáveis, como alimentação fora de casa, lazer, ou gastos inesperados, como reparos no carro ou consultas médicas de emergência. Dessa forma, o orçamento acaba sendo inadequado para cobrir todas as necessidades do mês.
Além disso, superestimar a receita é outro problema. Muitas vezes, as pessoas esquecem que podem haver meses em que a renda familiar pode diminuir, seja por uma redução nas horas extras ou algum imprevisto no trabalho.
Com isso, acabam se comprometendo com mais gastos do que a renda realmente suporta. Para evitar esse erro, é fundamental trabalhar com números reais e, se possível, usar como base os valores dos últimos seis meses para ter uma média de receitas e despesas mais precisa.
Não prever despesas emergenciais
Imprevistos acontecem, e é muito comum que as famílias não estejam preparadas para lidar com eles financeiramente. Problemas como um carro quebrado, uma emergência médica ou até a perda de um emprego podem desestabilizar totalmente o orçamento de quem não tem uma reserva de emergência. E, infelizmente, esse é um dos erros mais comuns ao fazer um orçamento familiar.
Não incluir um fundo de emergência no planejamento financeiro é um grande risco. Quando surgem despesas inesperadas, muitas vezes a saída acaba sendo recorrer a cartões de crédito ou empréstimos, que normalmente vêm acompanhados de altos juros. Isso pode criar um ciclo de dívidas difícil de controlar, prejudicando ainda mais o orçamento a longo prazo.
Especialistas recomendam que o fundo de emergência tenha o equivalente a, no mínimo, de três a seis meses das despesas fixas da família. Isso proporciona uma rede de segurança em caso de imprevistos. Para criar esse fundo, você pode reservar uma pequena parte de sua renda mensal até que consiga acumular o valor necessário.
Não incluir a família no planejamento
Muitas vezes, o orçamento familiar é responsabilidade de apenas uma pessoa, geralmente o chefe ou a chefe de família. Contudo, deixar de incluir todos os membros no planejamento financeiro pode ser um erro grave, pois todos na casa, de alguma forma, afetam as finanças, seja através de seus hábitos de consumo ou com contribuições para a renda familiar.
Quando o orçamento é feito de forma isolada, os outros membros da família podem não entender a importância de controlar os gastos ou, pior ainda, não saber que há limites financeiros a serem respeitados. Isso pode gerar desentendimentos e até frustrações, especialmente se a família não estiver ciente das metas financeiras ou dos desafios enfrentados. A comunicação é essencial para que todos estejam alinhados.
Uma forma eficaz de resolver esse problema é realizar reuniões familiares regulares para discutir o orçamento. Todos devem estar cientes das metas financeiras, como economizar para uma viagem, comprar um carro ou quitar dívidas, e participar das decisões que envolvem cortes de gastos ou ajustes nas despesas. Essa participação ativa pode até motivar os filhos a desenvolverem uma mentalidade mais responsável em relação ao dinheiro desde cedo.
Não acompanhar e revisar o orçamento regularmente
Por fim, um erro comum é acreditar que o orçamento é algo fixo, que não precisa de revisões. A vida é dinâmica, e mudanças nas despesas ou nas receitas podem ocorrer a qualquer momento. Não acompanhar o orçamento regularmente significa que você pode perder de vista como as finanças estão se comportando, o que pode levar a surpresas desagradáveis no final do mês.
O acompanhamento regular do orçamento permite que você faça ajustes sempre que necessário. Por exemplo, se uma conta de luz aumentou ou se surgiram novos compromissos financeiros, como mensalidades escolares, esses fatores precisam ser refletidos no orçamento. Da mesma forma, se houve um aumento na renda, você pode decidir destinar uma parte desse aumento para poupança ou para outros objetivos financeiros.
Revisar o orçamento mensalmente ou até quinzenalmente ajuda a manter o controle e garante que suas finanças estejam sempre alinhadas com a realidade. Além disso, é importante ter em mente que o orçamento não deve ser visto como uma ferramenta restritiva, mas sim como um guia que ajuda a alcançar seus objetivos financeiros e a manter a saúde financeira da sua família em dia.